Tava aqui pensando que a barreira técnica pra criar as coisas vem ficando cada vez mais baixinha, mais fácil de pular.
Há uns dois anos atrás eu tive uma ideia pra uma peça de cliente: queria usar um balão de gás hélio em forma de balão de conversa. Tipo aqueles de HQ, só que em 3D. Passei dias mergulhado em tutoriais de Blender, tentando aprender como dar forma a essa ideia. E dale tutorial do Youtube pra no fim das contas: ficar meia boca. 🙄
Já esse abaixo, eu fiz agora mesmo, enquanto escrevo aqui, em 5 minutos. Literalmente, cinco minutos pra fazer o balão.
Mas é aqui que eu queria chegar. Quando a tecnologia permite fazer praticamente qualquer coisa — com um clique, com IA, com zero esforço — a pergunta muda. Não é mais se dá pra fazer, mas sim: “faz sentido fazer?”
E é nesse momento que o gosto pessoal volta com força. Porque se todo mundo tem as mesmas ferramentas, o que vai diferenciar o que você cria é a sua curadoria, seu olhar, suas escolhas. O gosto pessoal deixou de ser detalhe. Virou identidade.
Não o gosto superficial do “hype do momento”. Mas o gosto de saber escolher, recusar, sentir o que tá fora do lugar. Um esquema de intuição mesmo.
Saber o que importa, quando tudo parece tentar parecer importante. E isso vale pra tudo: o que você compartilha e o que você escolhe dar atenção.
A ideia de que ser inteligente era empilhar conhecimento ficou pra trás. Hoje, com tanta informação ao alcance de um clique, o que realmente faz diferença é o olhar — a forma como selecionamos o que importa e o que decidimos compartilhar.
Ter gosto é exercitar um olhar crítico. É uma forma de mostrar quem somos.
E sim, dá trabalho. Exige parar, prestar atenção, às vezes escolher o caminho mais lento, o mais silencioso e que não tá no hype agora. Mas é assim que a gente constrói um lugar interno que não muda a cada atualização de página do Instagram ou do Pinterest ou playlist nova do Spotify.
Gosto é uma forma de respeito, por você mesmo e pelo seu ato criativo.
EXERCÍCIO CRIATIVO 🧠
Escolha uma pasta, feed ou mural seu. Pode ser no Pinterest, salvos do Instagram, pastas de referência no computador ou até prints no celular.
Olhe com calma e faça uma triagem honesta:
O que ali ainda te representa?
O que você só salvou porque achou bonito na hora?
O que parece bom, mas não tem nada a ver com o que você quer criar ou expressar?
Delete, esconda ou arquive o que não faz mais sentido.
Agora, com o que sobrou, tente descrever o seu gosto pessoal atual (lembra que a gente muda o tempo todo). O que te move? O que te atrai? Que tipo de coisas te fazem dizer “isso aqui sim, sou eu”?
PERGUNTA FIADA 🍍
Qual ideia, hábito ou julgamento do passado hoje te dá aquela vergonha de lembrar?
O que importa é que a gente muda, aprende e segue em frente. A vida é movimento.
Eu mesmo lembrei aqui que já julguei pessoas só pelas ferramentas que usavam.
Ó PRA LI! 👁
O que é estética? Um vídeo curtinho e muito legal sobre o tema.
O som da cozinha da Helena Cruz! 😍
A camisa de um time de futebol da 7ª divisão que furou a bolha da moda.
Como fazer cola em casa pra sair grudando seus lambes por aí.
— Gente, lembra que sempre que for um texto em inglês ou qualquer outra língua, dá pra mandar a página ser traduzida, viu!? E se for um vídeo no YouTube, basta ligar a legenda.
A estranha liberdade de não saber nada — vídeo interessante e muito bem editado, sobre começar algo novo.
* Lembra que dá pra ligar a legenda em português, viu.
Ficava me adiando pra expor a minha forma de pensar sobre determinada coisa e etc.. logo vi que os vídeos que gravava sem saber o que ia dizer, e que acreditava ser intuitivo eram os que mais me desenvolvia e passava o que queria . Aprendi
que estar na “ arena “ era o meu super poder .
Ser inteira e vulnerável.
nossa, completamente. com a IA fazendo tudo pela gente, a tendencia é que tudo fique muito padronizado. nao é à toa que dizem que a capacidade de anàlise vai ser uma das habilidades mais importantes nos prox anos, o que inclui, claro, saber escolher, ter esse olhar proprio como voce disse. enfim, ser criativo.